O BI na contramão da crise

A palavra crise continua insistindo em fazer parte do nosso cotidiano, muitas vezes, acaba sendo uma saída para se justificar uma série de fracassos organizacionais e pessoais. Na área de Tecnologia da Informação há um fenômeno inverso, ou seja, em momentos de crise, a demanda por profissionais de TI cresce.

Esse fenômeno se justifica por conta dos benefícios que os Sistemas de Informação agregam a todos os níveis da organização, seja na otimização dos processos operacionais, ou nos insights que ajudam nas tomadas de decisão do nível estratégico da empresa. O profissional de TI nesse panorama acaba tendo o importante papel de propor soluções tecnológicas que afetem positivamente o negócio.

Em particular, os processos convencionais de Business Intelligence e as avançadas análises proporcionadas pela área de Data Science, se desdobram em importantes aliados nas atividades desenhadas para garantir o futuro das organizações e o diferencial competitivo perante os seus concorrentes.

Atualmente, por conta do enxugamento de recursos humanos há um consequente acúmulo nas tarefas do dia-a-dia, as pressões por resultados acabam forçando as organizações a produzirem mais, dispondo de menos pessoal.

É nesse ponto que a inteligência de negócios ganha mais força, já que um processo bem definido vai ajudar a organização a entender mais sobre o seu negócio, conhecendo melhor seus processos, produtos e clientes, entendendo melhor seus gaps, as demandas de clientes internos e externos e, principalmente, entender o que ocorreu no passado, para tomar decisões no presente e se preparar para o futuro.

O BI nesse ponto vai, por exemplo, mostrar onde se devem minimizar esforços, onde se deve investir mais, e quais são os pontos onde o sinal de alerta deve ser ligado, descobrindo, por exemplo, quais práticas de negócio não estão apresentando resultados satisfatórios. Consertar a torneira que está vazando já é um bom com começo.

Em uma pesquisa rápida, realizada no dia 01 de outubro de 2018, em sites de colocação profissional por vagas para o cargo de Analista de BI, a rede social LinkedIn (www.linkedin.com) apresentou 760 resultados; a Catho (www.catho.com.br) exibiu 569 oportunidades; e o site de empregos em informática InfoJobs (www.infojobs.com.br) apresentou 179 anúncios. Em um período de desemprego assombroso, podemos dizer que esses números são, no mínimo, interessantes.

É importante, porém, não confundir o processo de BI com o simples uso de ferramentas de BI. Em termos práticos adotar um processo de BI dentro de uma organização vai muito além de instalar uma versão Desktop de um player no computador de um entusiasta da análise de dados.

O BI deve ser encarado como a adoção de um processo estruturado e organizado dentro da corporação, e a própria corporação precisa engajar os seus tomadores de decisão nessa filosofia, ou seja, o BI deverá ser um organismo vivo dentro da cultura organizacional.

Dentro desse contexto, não faltam motivos para justificar as razões que mantém as áreas de Business Intelligence e Data Science aquecidas, mesmo em tempos de crise. Porém, é notório que todo esse processo deve ser elaborado com investimento de tempo adequado, e que os profissionais certos estejam envolvidos nessa importante missão.

Anderson Nascimento

Mestre em Sistemas de Informação, Professor Universitário e Consultor em Business Intelligence.

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