Saiu o Relatório Gartner 2020 para Analytics e Plataformas de BI, veja a nossa análise

Como é de praxe, o grupo Gartner publicou o seu relatório anual sobre Analytics e Plataformas de Business Intelligence no início de fevereiro deste ano. O relatório é referência na área quando se trata de avaliação das opções de mercado para ferramentas que apoiam os processos corporativos de BI.

Repetindo a nossa ação em 2019, estamos apresentando neste artigo uma pequena análise sobre as principais mudanças no quadrante em relação ao relatório do ano passado, com foco nas principais ferramentas listadas no quadrante.

Enquanto no passado a grande surpresa foi a inclusão de uma nova ferramenta no quadrante de líderes, há muito ocupada pela santíssima trindade Microsoft, Qlik e Tableau, em 2020 temos como destaques o quadrante chamado de desafiadores, que agora passa a trazer as ferramentas Looker, comprada recentemente pela Google, e TIBCO como companheiras do Microstrategy, que por sua vez parece caminhar para o quadrante de líderes. Será que teremos novidade no quadrante de líderes em 2021?

No quadrante chamado de visionários temos as “estreias” da Oracle e da Yellowfin, que deixaram o quadrante dos players de nicho, se juntando a ferramentas como SAP, SAS, Salesforce e Sisense.

Em termos de novos players, o relatório de 2020 apresentou duas novas ferramentas: a Alibaba Cloud e Dundas, enquanto a ferramenta GoodData foi excluída do quadrante, por não se enquadrar na chamada primeira camada de avaliação – há 3 camadas de critérios -, de acordo com o relatório.

A ferramenta Alibaba Cloud vem da China, mas fornece serviços para o mundo todo, já a ferramenta Dundas é canadense e tem como foco a América do Norte, Europa e Austrália. Indico uma visita rápida à ferramenta Dundas, que tem um visual muito bacana, e ainda traz uma versão live demo que permite ao usuário conhecer um pouco do player, mas não se animem muito, pois a ferramenta não possui versão gratuita, apenas um trial de 25 dias.

Por fim, o quadrante de líderes praticamente não apresentou mudanças, salvo uma ligeira movimentação para a esquerda da Microsoft, sugerindo um recuo quanto à completude de visão de seus produtos.

A seguir um pequeno resumo sobre algumas questões a respeito das principais ferramentas:

Microsoft

Segue como uma das empresas mais incríveis no segmento, oferecendo soluções completas aos seus clientes, logicamente capitaneadas pelo Power BI. O Power BI, aliás, continua sendo o produto que oferece a melhor versão gratuita do mercado de players de BI. O preço da versão Pro ($9,99) e a sua constante atualização também continuam sendo pontos de destaque, já que mantêm a ferramenta atrativa e sempre na vanguarda das necessidades de seus usuários.

Tableau

Em 2019 a Tableau iniciou um trabalho de aperfeiçoamento acerca de inteligência artificial, nuvem e análise integrada, no entanto em junho do ano passado a Salesforce anunciou a intenção de comprar a empresa, fato que se concretizou em agosto por cerca de $15 bilhões. Com bons resultados econômicos e crescimento do número de usuários, 2020 parece preparar grandes e novas perspectivas para a empresa.

Qlik

A Qlik continua no quadrante dos líderes, especulava-se inclusive que a empresa poderia ficar de fora neste ano, já que possui o menor crescimento entre os seus principais concorrentes. A empresa continua apostando em sua abordagem associativa, bem como aprimorando a sua arquitetura baseada em microsserviços e cloud. Sobre negócios, a Qlik passou por um realinhamento operacional e adquiriu em 2019 a empresa Attunity. Os usuários entrevistados continuam reclamando de complicações do processo de migração do QlikView para o QlikSense, o que urge por um posicionamento da empresa sobre o futuro do seu antigo produto QlikView.

Oracle

Como dito anteriormente a Oracle migrou para o quadrante dos visionários. A empresa possui um bom produto, o Oracle Data Visualization, mas que não é muito popular, salvo pelas empresas que se beneficiam de todo o ecossistema de empresa, que fornece soluções ponta-a-ponta, da arquitetura até a disponibilização das informações em dashboards.

Microstrategy

A empresa avançou bastante em termos de inovação de seu produto, porém sofre do mesmo problema do Oracle Data Visualization, ou seja, possui um mercado limitado. No caso do Microstrategy ainda há o problema relacionado ao seu custo, que é pouco competitivo se comparado com algumas de seus principais concorrentes.

Sobre o relatório

O Grupo Gartner é uma empresa fundada em 1979 e atua com mais de 10 mil empresas na área de Tecnologia de Informação. Com sede em Stamford, nos Estados Unidos, a empresa trabalha, entre outras atividades, com pesquisa e consultoria, ajudando CIOs de todo o mundo a escolher produtos e tecnologias para o seu desenvolvimento.

O chamado “Quadrante Mágico de Gartner” possui diversas categorias, onde a que trata de ferramentas de BI é chamada de “Business Intelligence and Analytics Platforms”. O relatório é publicado no início de cada ano, normalmente em fevereiro, e objetiva fornecer uma visão sobre o posicionamento competitivo de ferramentas ferramentas de BI, colocando-as em quadrantes definidos como “Líderes”, “Visionárias”, “Players de Nicho” e “Desafiadoras”, que podem ajudar aos tomadores de decisão a escolher a ferramenta a ser investida, sob o ponto de vista do mercado mundial de BI.

De uma maneira breve, essas classificações significam:

  • Líderes: ferramentas que possuem uma posição de destaque no mercado em seu segmento. Costumam ditar padrões, se destacam entre as concorrentes e se encontram em um nível mais avançado de desenvolvimento tecnológico;
  • Visionárias: são as ferramentas que possuem boa capacidade de investir e apresentar novas tecnologias, mas ainda não entregam tudo aquilo que prometem, deixando algumas lacunas a serem preenchidas quanto as suas funcionalidades;
  • Players de Nicho: estão nessa categoria as ferramentas que se limitam a focar em apenas algumas características que o mercado necessita, direcionando assim os seus esforços para determinado nicho de solução;

Desafiadoras: ferramentas que possuem grande capacidade de produção e entrega, mas que ainda não atingiram uma parcela relevante do mercado.

Anderson Nascimento

Mestre em Sistemas de Informação, Professor Universitário e Consultor em Business Intelligence.

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