Gartner publica versão 2019 de seu Quadrante Mágico – Confira a nossa análise

O Grupo Gartnet é uma empresa fundada em 1979 e atua com mais de 10 mil empresas na área de Tecnologia de Informação. Com sede em Stamford, nos Estados Unidos, a empresa trabalha, entre outras atividades, com pesquisa e consultoria, ajudando CIOs de todo o mundo a escolher produtos e tecnologias para o seu desenvolvimento.

O chamado “Quadrante Mágico de Gartner” possui diversas categorias, onde a que trata de ferramentas de BI é chamada de “Business Intelligence and Analytics Platforms”. O relatório é publicado no início de cada ano, normalmente em fevereiro, e objetiva fornecer uma visão sobre o posicionamento competitivo de ferramentas ferramentas de BI, colocando-as em quadrantes definidos como “Líderes”, “Visionárias”, “Players de Nicho” e “Desafiadoras”, que podem ajudar aos tomadores de decisão a escolher a ferramenta a ser investida, sob o ponto de vista do mercado mundial de BI.

De uma maneira breve, essas classificações significam:

  • Líderes: ferramentas que possuem uma posição de destaque no mercado em seu segmento. Costumam ditar padrões, se destacam entre as concorrentes e se encontram em um nível mais avançado de desenvolvimento tecnológico;
  • Visionárias: são as ferramentas que possuem boa capacidade de investir e apresentar novas tecnologias, mas ainda não entregam tudo aquilo que prometem, deixando algumas lacunas a serem preenchidas quanto as suas funcionalidades;
  • Players de Nicho: estão nessa categoria as ferramentas que se limitam a focar em apenas algumas características que o mercado necessita, direcionando assim os seus esforços para determinado nicho de solução;
  • Desafiadoras: ferramentas que possuem grande capacidade de produção e entrega, mas que ainda não atingiram uma parcela relevante do mercado.

A cada ano as empresas fabricantes de tecnologia aguardam a publicação do relatório, divulgando oportunamente e, com certo alarde, os resultados aos seus clientes quando este é positivo.

É importante destacar que o Quadrante é parte de um relatório maior, com análise feita pelo grupo Gartner, o que logicamente completa o entendimento que a consultoria deseja passar. A Figura 1 mostra então o resultado do quadrante publicado no último dia 11 de fevereiro.

Vou agora fazer algumas observações a partir do relatório de 2019, levando em comparação o anterior, publicado em fevereiro de 2018.

Há nove anos figurando como uma das líderes, a Qlik vê as suas concorrentes se distanciando da posição mais desejada do relatório, sendo agora seguida de perto pela ThoughtSpot.

E é exatamente essa uma das mudanças que mais chamaram atenção no relatório deste ano. A Gartner incluiu mais uma ferramenta no quadrante dos líderes, há muito tempo dominado pela “santíssima trindade” dos players de BI: Power BI, Tableau e Qlik. Agora o ThoughtSpot também se encontra no privilegiado quadrante da publicação.

A ThoughtSpot é uma empresa de tecnologia, voltada para análise de dados, surgida na Califórnia em 2012. A própria Gartner já havia feito elogios à empresa em 2016, até incluí-la no relatório oficial do ano passado, no quadrante das ferramentas visionárias. Infelizmente a ferramenta ainda não possui uma versão grátis, como as suas companheiras de liderança, o que dificulta a aproximação de novos clientes.

Talvez de olho nisso, a Tableau lançou em 2016 a sua versão Public, onde pela primeira vez o usuário pode utilizar um produto da empresa verdadeiramente gratuito, e em 2018 barateou um pouco mais os seus produtos. No entanto, a ferramenta não teve a sua posição muito modificada neste relatório, embora agora esteja abaixo da Microsoft.

Já o incrível Power BI da Microsoft está cada vez mais imbatível e, se comparamos com o relatório de 2018, distanciou-se dos seus concorrentes superando-os em quesitos como facilidade no uso e completude de visão. Uma das justificativas é a sua grande aceitação, e os altos níveis de satisfação por parte dos clientes.

Enquanto no quadrante das ferramentas visionárias não houve nenhuma modificação, no quadrante dos players de nicho, praticamente todas as ferramentas se reposicionaram, tendo como novo membro a IBM, que deixou o quadrante das ferramentas visionárias. Outra ferramenta nova, não só nesse quadrante, mas também no relatório Gartner é a GoodData, empresa de BI, estabelecida em São Francisco, e fundada em 2007. Ao contrário da ThoughtSpot, a GoodData tem uma versão de avaliação grátis por 30 dias.

Por fim, o quadrante das ferramentas visionárias ficou mais exuto, já que contava com 7 ferramentas e agora possui apenas 5, com a Salesforce, Sisense e TIBCO, no limiar entre as visionárias e as líderes. Tudo leva a crer que em 2020 teremos novas ferramentas no quadrante dos líderes.

Por mais que seja um interessante ponto de vista sobre as ferramentas de BI e Analytics, o Quadrante Mágico de Gartner não deve ser o único instrumento levado em consideração na hora de se escolher um player de BI. Outros aspectos como valor do investimento, familiaridade com a ferramenta, filosofia da empresa e suporte, devem ser ponderados para que a organização se sinta à vontade para analisar os seus dados e tomar as melhores decisões.

Neste link você pode ler o artigo completo, que inclusive indica as forças e precauções de cada uma das 21 ferramentas analisadas. Vale muito a leitura!

Anderson Nascimento

Mestre em Sistemas de Informação, Professor Universitário e Consultor em Business Intelligence.

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